segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O HOMEM MAIS FELIZ DO MUNDO!




                                         

Segunda, 31 de agosto

A ciência tem chegado a estudos cada vez mais detalhados do cérebro humano. A grosso modo o cérebro é bilateralmente simétrico, seus hemisférios direito e esquerdo conectados pelo corpo caloso e outras conexões. Sua base consiste de estruturas como o bulbo que regula as funções autônomas incluindo respiração, circulação e digestão e o cerebelo que coordena o movimento. Na parte mais externa, encontra-se o córtex  cerebral,  responsável por muitas das funções mentais mais complexas e desenvolvidas, como a linguagem,  o processamento de informações.  o comportamento emocional, a memória e outras funções.

Estudos recentes apontam que o homem pode modificar fisicamente o seu cérebro a partir dos pensamentos que costuma ter.   Segundo Richard J. Davidson, atual diretor do Laboratório de Neurociência Afetiva e do Laboratório Waisman de Imagem Cerebral e Comportamento, ambos da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA), quanto mais pensamentos negativos, maior atividade no córtex direito e, em consequência, maior ansiedade, depressão e hostilidade, ou seja, mais infelicidade auto-gerada. Por outro lado, quem desenvolve bons pensamentos e uma visão amorosa da vida, exercita o córtex esquerdo, elevando as emoções prazerosas e a felicidade. 

Recentemente li uma matéria sobre o homem mais feliz do mundo. Um sujeito que ao ser submetido a inúmeros testes mostrou que as regiões do cérebro onde encontram-se as emoções negativas, como medo, depressão, ansiedade e estresse não apresentavam atividade significativa. Em contrapartida as regiões responsáveis pela satisfação e plenitude existencial apresentavam índices que superavam de longe todas as outras pessoas que haviam se submetido aos mesmos experimentos. 

Querendo atualizar esses dados, procurei no Google pelo "homem mais feliz do mundo". Apareceram várias ocorrências com dois nomes diferentes, ambos monges budistas.

Um deles é  Mathieu Ricard. Nascido na França,  atualmente com 60 anos Ricard é o braço direito de Dalai Lama. Filho do filósofo e membro da Academia Francesa,  François Revel,  Ricard fez doutorado em genética molecular e trabalhava ao lado de  François Jacob, Prêmio Nobel de Medicina. Com todo sucesso angariado em sua profissão e com um futuro brilhante pela frente,  Ricard não se sentia plenamente satisfeito até que um dia,   fortemente influenciado pelo budismo abandonou o sucesso material e foi para o Himalaya, começando uma vida nova do zero. Através da meditação ele passou a encontrar a plenitude que tanto buscava. Em uma experiência realizada nos EUA, ao ser submetido a  256 sensores e dezenas de ressonâncias magnéticas, apresentou atividade nula nas regiões responsáveis pelas emoções negativas e um altíssimo índice na região de emoções positivas.

A outra ocorrência diz respeito a Yongei Mingyur Rinpoche, 32 anos, nascido no Nepal, considerado  o "suprasumo da felicidade" após submeter-se a exames na Universidade de Wisconsin-Madison (EUA). Os resultados indicaram que, ao meditar sobre amor e compaixão, uma parte do cérebro, ligada à felicidade, obtinha uma atividade até 800% superior aos outros voluntários

com menos experiência de meditação.  Enquanto meditava ele era submetido a sons de choro, desespero, tiroteios, etc. sem sentir-se abalado por esses fatores externos. Ao ser entrevistado, disse que usa a meditação para transformar sofrimento em felicidade. Diz ele que sofria da doença do pânico e que depois de muito meditar passou três dias olhando para o pânico e disse "bem vindo pânico" e o pânico se foi.

Em ambos os casos, foi a força do pensamento que controlou as emoções, transformando-as positivamente.

Há alguns anos atrás, eu frequentava um templo dos Hare Krishna no bairro da Glória, no Rio de Janeiro. Percebia que os deixava leves a repetição do mantra 

Hare Krishna Hare Krishna  Krishna Krishna Hare Hare 
Hare Rama Hare Rama  Rama  Rama Hare Hare

Diziam que ao repetir essa entoação, além de desocuparem a cabeça das vaidades e problemas do mundo material, as vibrações inerentes ao mantra os colocavam em uma frequência mais elevada que ajudava a eliminar os karmas negativos levando-os pelo caminho do Dharma em direção à iluminação.

A questão é saber, como é que, sem precisar isolar-se no Himalaya,  num templo dos Krishnas ou outra religião qualquer, mas sim vivendo numa grande cidade, com o trânsito, as filas, a poluição, o estresse e as ansiedades provocadas por um mundo altamente competitivo, podemos alcançar um grau de emoções positivas que supere ao largo as negativas e que além de nos tornar pessoas melhores nos dê a capacidade de contaminar outras pessoas a viverem a vida de maneira mais leve e feliz.

De uns tempos para cá, sempre que me ocorre uma emoção negativa, procuro isolá-la, separá-la de outros aspectos do meu ser, para que possa reconhecê-la melhor e não deixá-la  ocupar mais que sua real dimensão. Se não dominamos nossas emoções elas podem tomar conta de tudo e você por um tempo ficar tão identificado com algum tipo de emoção que parece que sua vida se resume a isso. 

O mesmo pode acontecer com certas dores físicas. Já vi um amigo dizendo: "eu sou uma dor de cabeça" não no sentido figurado, mas porque estava sendo vitimado por uma forte enxaqueca. Quando eu tinha dor de cabeça (há muito tempo não tenho) também procurava isolá-la, vê-la de fora e dar a ela sua justa dimensão até um ponto em que ela desaparecia. Claro que às vezes me fazia auxiliar de algum comprimido, mas a ação do meu pensamento sobre a dor era fundamental no processo.

Voltando às emoções, pergunto o que traz a felicidade para cada um.  Não conheço ninguém que seja feliz constantemente. É normal oscilarmos de humor conforme as circunstâncias, quando alternamos conquistas, boas novidades e as dores e dificuldades porque passamos. Como já disse em outro post a dor também nos ajuda a crescer. Mas para que esse crescimento realmente aconteça e de forma mais breve o melhor é não esconder a dor embaixo de um tapete, fingir que ela não existe, mas ter um diálogo franco com ela e desmanchá-la com a força do pensamento, tal qual o Rimpoche fez com o seu pânico.

Se estou triste ou melancólico e faço uma música, o que vem depois é uma enorme alegria. Às vezes, quando vamos sair de férias, quando somos apresentados a alguém que gostaríamos muito de conhecer, quando reencontramos uma pessoa de quem temos saudades, quando passamos num concurso, terminamos um disco ou começamos uma nova história de amor, sentimos uma imensa  felicidade que  supera todas emoções negativas que estávamos sentindo e até mesmo a dor de alguma perda.

Lembro de uma vez, logo que minha família mudou-se para Porto Alegre, meu pai estava em Sao Paulo e minha mãe passava o dia fora trabalhando.  Certo dia estava meio acamado, com dor de cabeça e sintomas de gripe quando bateram na porta de casa e era o meu pai que chegava inesperadamente. Aquela sua súbita aparição transformou-me enormemente e nem lembrei mais das dores, elas sumiram.

Outra vez estava numa praia do litoral gaúcho, aos 16 anos sentindo-me um pouco gripado e voltando pra casa pela rua, no meio de uma chuva fina. Quando vejo, passa ao lado um carro com uma menina com quem eu tinha uma história acompanhada pela sua mãe. Fiquei ótimo na hora, elas me deram carona e passei dias incríveis naquela semana.

O importante portanto, é saber buscar os sentimentos positivos e tentar torná-los o mais permanente possível.

Isso não quer dizer que seremos pessoas alienadas, que não estão vendo o mundo a sua volta, com toda miséria e sofrimento que há,  mas sim reunir emoções positivas que nos deem força para lidarmos com tudo isso de uma forma positivamente ativa e transformadora.

Quando faço música sempre penso na vibração que vai passar aquela melodia combinada com aquelas palavras. sempre procuro ser o mais verdadeiro e mais íntegro possível e sempre procuro conectar essas qualidades com as pessoas que irão ouvir e cantar essa música posteriormente.
Nisso reside uma grande responsabilidade, já que hoje em dia são milhões de pessoas que ouvem minhas músicas pelo mundo afora.  

Ontem, minhas amigas Chiara (que está hospedada aqui em casa) e Luana compuseram uma música linda enquanto eu cochliava na sala. Aí me acordaram para mostrar a canção. Foi um desses momentos em que a felicidade domina o ambiente. Hoje a Luana enviou-me uma mensagem linda dizendo: "To.. até o cheiro da sua casa é música ... '

Quinta durante as gravações do DVD da Ana Carolina reencontrei Gilberto Gil que não via desde o começo de 2008, quando tivemos uma reunião no Minc sobre o festival de música brasleira que eu organizava na França. Na ocasião tinha achado ele pesado, muito distante do artista que sempre admirei. Foi ótimo esse reencontro agora, pois ele chegou muito leve e com músicas novas.  Ficamos  duas horas e pouco no camarim tocando violão. Mostrei minhas mais recentes e ele uma linda que fez para uma filha que vai casar. Pedi-lhe para tocar A Linha e o Linho que acho linda. Ele tocou essa e outras do repertório antigo, fez coro comigo e com Chiara sempre com  altíssimo astral. Com isso a espera foi doce.

Gil resenhou, traçando altíssimos elogios, o novo disco de meu amigo Gelson Oliveira, que sairá pelo meu selo, Pic Music, no mês de outubro. Pra quem não conhece, Gelson é um excelente cantor e compositor muito atuante no sul do Brasil e na França, mas pouco conhecido no restante do nosso país. Quando falei a Gil que tinha gostado muito do comentário, onde ele colocava o Gelson "lá em cima" ele respondeu: "coloquei onde é o lugar dele é lá que ele transita". Sábias palavras de um mestre!

Para satisfazer um pouco a curiosidade dos que me acompanham, mas também deixá-la mais aguçada, as gravações do DVD da Ana encerraram na madrugada de sábado. Saímos do local, uma bela casa  com um imenso lago que serviu de locação,  as 5 da manhã.

Foi uma superprodução. Acho que havia mais de 300 pessoas trabalhando, entre músicos, técnicos, equipe de filmagem, diretores, iluminadores, equipe cenográfica, figurantes, equipe de catering, seguranças, motoristas, etc. Incrível. E vai ficar muito bonito.

Li no Blog da Zizi Possi que ela falou de alguns convidados do DVD.  Entre eles listou Mart' nalia. Mas a informação não confere, Martina não está nesse trabalho. Há outros artistas de peso, mas ainda não é hora de entregar tudo, porque senão lá se vai a surpresa.

O meu disco segue de vento em popa. Também não posso adiantar outras coisas por enquanto, mas as novidades serão apresentadas a seu tempo.

Estou fazendo com meus parceiros de músicas de filmes, João Nabuco (parceiro em Amores Possíveis), Eugenio Dale (parceiro em Sexo Amor e Traição) a música tema de um filme novo que será cantada por Maria Gadú. Já fizemos a demo que ficou linda na voz de Gadu e aprovada pela direção do filme. Em breve mais notícias também.

Boa semana a todos
Abraço


Foto: Chiara et Luana avec mois!









terça-feira, 25 de agosto de 2009

MUSAS, EUBIOSE, CAUSAS E EFEITOS





Segunda, 24 de agosto

19:36  No estúdio gravando. Essa semana está bem puxada. Engraçado que quanto mais se trabalha, mais trabalho aparece. O tempo estica e ficamos com mais disponibilidade pra tudo, o corpo e a mente ficam mais ágeis. O importante é manter o foco no que interessa, naquilo que nos propomos a fazer, a meta principal. Aproveitar novas oportunidades sim, mas sem trocar de foco a todo momento, porque senão nada se conclui.

Semana passada trabalhei muito sobre o meu CD, gravando e pré-mixando algumas músicas, além de ter concluído  duas letras de canções que farão toda diferenca. A previsão de lançamento ficou para novembro. Os leitores que já me acompanham sabem que trabalhos paralelos com prazo estreito fizeram-me alterar um pouco o cronograma inicial. 

É verdade que adiei algumas vezes a finalização de meu disco e não me arrependo, porque agreguei muitas coisas boas no caminho e pude contribuir com vários outros projetos interessantes ao mesmo tempo. O trabalho está sendo enriquecido a cada dia. Na verdade meus últimos meses foram multifocais, fui realizando diversas coisas ao mesmo tempo e quem puxou tudo, como sempre, foi a música. Obrigado musas do Monte Parnaso* por estarem sempre comigo!!!!

* Segundo a Mitologia GregaZeus, o soberano do Monte Olimpo e Mnemósine, deusa da memória, tiveram 9 filhas, que nos primórdios eram deusas da música e formavam um lindo coro feminino. Posteriormente , seus atributos e funções se diversificaram, abarcando cada uma delas uma arte ou ciência: Caliope, a da bela voz (poesia épica), Clio, a proclamadora (História), Erato, a amável (poesia lírica), Euterpe, a doadora de prazeres (música), Malpômene, a poetisa (tragédia), Polímnia, a de muitos hinos (musica sacra),Tália, a que faz brotar flores (comédia), Terpsícore, a rodopiante (dança), Urânia, a celestial ( astronomia).
Diz-se que a morada das Musas é o Monte Parnaso situado o centro da Grécia.




Terça, 25 de agosto 

11:00 Adorei os comentários do último post. Foram tantas contribuições que  abriu-me um leque de idéias. Não sei se vou conseguir concatenar tudo, mas vamos lá. Quem está chegando agora, para acompanhar o que vou falar, precisaria dar uma olhada nos comentários. Há coisas enriquecedoras.

Tainara, gostei muito de tudo o que você falou,. É surpreendente que você com 20 anos já esteja tão ligada a esses assuntos. Respondendo à sua pergunta, dedico-me a essas questões há bastante tempo, a princípio como autodidata. Nos anos 80, estudei  na Sociedade Brasileira de Eubiose, aqui no Rio de Janeiro, mas logo depois voltei a morar em Porto Alegre, onde não havia essa escola, e segui meus estudos por contra própria. Hoje, lendo sobre física quântica, vejo que muito do que nos está sendo revelado à luz da ciência,  já era ensinado na Eubiose e também em outras escolas inciáticas milenares.

Letícia, você acrescentou coisas muito interessantes outra vez. É verdade que conhecemos as coisas por comparação, confrontando os opostos. Nosso ser é complexo, temos um físico/vital que identifica sensações (frio/calor, doce/amargo), um corpo emocional que lida com as emoções (gosto não gosto), um corpo mental que dicerne por comparação (certo e errado) e um corpo espiritual que é  uno (nossa porção divina) e precisa ser despertado. Ao trazer essa porção para o nível consciente, estaremos acresecentando uma terceira força, que é quem nos faz decidir entre uma coisa e outra com sabedoria. Essa terceira força é nossa vontade. Não os desejos superficiais, muito menos as compulsões, mas uma vontade profunda emanada do nosso ser superior, espiritual. 

Bruna, você tem razão sobre o capitalismo selvagem. Incrível que você com 16 anos esteja questionando essas coisas. 

E, como você falou, na época da ditadura as pessoas eram mais unidas por um ideal comum E isso não acontecia somente no Brasil. Havia manisfestacões pelo mundo inteiro em nome de um sonho coletivo. Aos poucos as utopias foram desbotando, perdendo a cor e dando lugar aos sonhos de consumo, e tornando as pessoas mais individualistas.  Essas coisas são cíclicas. Hoje temos algumas causas comuns que envolvem o futuro do planeta e que exigem uma mobilização global. Não há como ficar esperando pelos governos para que essas coisas se resolvam. É preciso cada vez mais um engajamento que pode até começar de forma individual e progressivamente formando núcleos maiores onde as ações se tornarão mais eficazes. Antes de tudo é preciso "convencer" a si próprio da urgência da situação e sair da inércia, procurando uma forma de contribuir.

O bom desse novo momento que vivemos é que, as novas causas são comuns a todos e podemos encampá-las livremente sem enquadrá-las em ideologias. As ideologias, muitas vezes simplificam o mundo, como se tentassem colocar um pé grande dentro de um sapato apertado e acabam aprisionando as pessoas dentro de um programa de idéias que nem sempre atinge os objetivos propostos. Basta vermos filmes como A Vida dos Outros, por exemplo, para saber o que estou falando.  O que precisamos é de um pensamento dinâmico que consiga reinterpretar a realidade de acordo com suas mudanças. E é necessário sim, ter princípios e agir sempre com ética,  respeitando os valores humanos e os limites da natureza.  

Juliana, interessante você falar de Nise da Silveira. Ela foi uma pessoa incrível, que desenvolveu um trabalho muito importante junto a esquizofrênicos, criando uma sessão de Terapia Ocupacional no Centro Psiquiatrico Engenho de Dentro no Rio, onde estimulava os pacientes a fazerem pinturas e esculturas entre outras atividades. Com o acervo criado pelos pacientes, fundou o Museu do Inconsciente. Trocou correspondência com C.G. Jung a quem conheceu pessoalmente, indo estudar no Instituto do célebre psicanalista em Zurich sob a orientação de Marie-Louisie Von Franz.  Foi uma das primeiras mulheres a formar-se em medicina no Brasil.  No anos 30 foi presa por porte de livros marxistas e na prisão conheceu  Graciliano Ramos, tornando-se um dos personagens do livro Memórias do Cárcere do escritor. Trabalhando em centros psiquiátricos sempre lutou contra os métodos agressivos, como o eletrochoque,  adotados nessas instituições.  Conheci o seu trabalho do Museu do Inconsciente nessa época em que lia Jung. Os quadros feitos pelos seus pacientes são interessantíssimos. Assisti, na época, em um seminário de psicolgia, a uma projeção de slides dessas telas acompanhada de  comentários da Nise. Seguindo uma interpretação Junguiana, ela ia decifrando os signos e símbolos ocultos ou revelados naquelas telas e com isso conseguia entender muito do que se passava com os pacientes. Outro dia encontrei meu amigo, o cineasta Walter Lima Jr. que está preparando um filme sobre o assunto. Fiquei muito empolgado com o que ele me falou.






Muita mais gente falou coisas legais que não tenho como sintetizar agora, devido ao cansaço desse período de muito trabalho musical, mental e organizacional. Prometo voltar a desenvolver alguns temas no próximo post

Sobre o Prêmio Multishow, não sei se foi marmelada como disseram Taís e Luan.  Não tenho acesso ao que se passa nos bastidores desse prêmio, mas acho que não foi armação. E, se não foi, a vitória de Marisa Monte deve ser creditada ao seu fã clube, que mesmo não sendo tão numeroso como o de Ana Carolina e Ivete Sangalo deve ter sido mais empenhado. Devem ter feito uma campanha maior. 

Há que se considerar que o público da Marisa é composto mais por adolescentes e também é mais abastado, todo mundo tem computador em casa,  estão na escola mas não precisam trabalhar e podem ficar mais ligados na rede, enquanto o público da Ana, apesar de atingir todo o espectro social, a grosso modo, concentra-se mais numa camada formada por pessoas com menos poder aquisitivo que precisam trabalhar,  muitas vezes até para financiar seus estudos . Portanto sobra menos tempo pra acessar a internet.
  
Percebo que o público da Ana tem uma relação fetichista com ela. Na verdade isso acontece com todos artistas, mas o fetichismo do público da Ana é erotizado e envolve altas paixões. Muitas vezes os fãs manifestam-se com raiva, como que revoltados por não poder tocá-la, levá-la pra casa, possuí-la. Acho isso meio maluco, por vezes patológico, e sinto que até pode ser um fator desmobilizador na hora dessas votações. 

Agora, se os fãs torcem mesmo pela artista, se querem colocá-la no topo das listas é preciso que façam por onde, assim como o seu Francisco fez com Zezé de Camargo e Luciano. Música tocando no rádio é que fomenta o público, traz mais popularidade ao artista e é isso que causará uma mobilização maior das pessoas na hora de votar para esses prêmios.

Sobre o tal DVD, o que posso dizer é que se tem trabalhado muito para a sua gravação. Haverá vários artistas envolvidos, mas só posso contar tudo daqui uma semana (ou não). E como já sairam algumas pequenas notas no imprensa, não vou estar dando nenhum furo de reportagem ao dizer que se trata do novo DVD da Ana Carolina. 

Bom, há vários assuntos em pauta. Comentem à vontade de acordo com suas inclinações e preferências.

Boa continuação da semana pra todos.


PS> Veluma mande um abraço para Glorinha.

Imagens:

1. Foto no estudio com André Negão (baixo) , Pedro Baby (Violões e guitarras) , França (roadie), Leonardo Reis (percussão), Danilo Andrade (teclados) e Marcelo Costa (bateria e percussão). Preparativos para o DVD de AC.

2. Musas do Parnaso com Apollo em tela de Andrea Appiani (1754 / 1817)

3. Dois trabalhos do Museu do Inconsciente
Óleo sobre Tela de Fernando Diniz
Lapis de cara sobre cartolina Carlos Pertius

terça-feira, 18 de agosto de 2009

SINCRONICIDADE E SALTO QUÂNTICO




Quarta, 19 de agosto

01:15  Não postei antes por absoluta falta de tempo. Os dias tem sido corridos e, para se ter uma idéia, ontem acordei antes das 6 pra fazer uma gravação.  Tenho ainda algumas músicas por terminar, para o meu disco e para outros projetos. Vou aproveitar o silêncio desse começo de madrugada, mas antes gostaria de introduzir alguns assuntos levantados nos comentários.

Gostei muito da contribuição de Letícia, falando do filme Ponto de Mutação. Dei uma procurada na Fnac pra comprar e na locadora que costumo alugar, mas não encontrei. Há algumas possibilidades de baixar pela internet, mas sou purista em relação a isso, pois também vivo de direito autoral e não gosto de baixar nada de graça. 

O livro em que o filme foi baseado faz parte de um conjunto de coisas do maior interesse para mim. Fui até minha estante procurá-lo mas não o encontrei, nem esse nem o Tao da Físicatambém do Fritjof Capra . Foi feita uma descupinização do móvel da sala de leitura e os livros foram todos retirados. Eu não estava em casa e a menina que trabalha comigo colocou de volta sem nenhum critério. Preciso tirar uma manhã pra colocar tudo em ordem novamente. 

Na minha busca, topei com um livro de C.G.Jung chamado Estudos Alquímicos, que ainda não li. Houve época em que lia muito Jung e também alguns de seus discípulos como Marie-Louise Von Franz, que já citei aqui em um post publicado no dia 6 de outubro do ano passado. Alguém disse que há um tipo de psicologia para cada tipo de pessoa. Sempre identifiquei-me mais com Jung e sua psicologia analítica, que incorporou sabedoria oriental, mitologias, alquimia, estudo dos sonhos e trouxe à luz a idéia de Inconsciente Coletivo

Podemos passar a vida sem atentarmos às questões mais essenciais, sem nos fazermos as perguntas certas que poderiam realmente mudar nossas vidas. Há um mecanicismo na nossa forma de agir. Costumamos repetir padrões sem questionar por que, e geralmente nos preocupamos com questões de pouca importância, deixando de lado aquelas que estão relacionadas ao entendimento do nosso estar no mundo.

De uma forma geral, somente quando uma forte crise nos abate, é que perguntas essenciais nos vem à tona. Por isso, a palavra crise é associada a oportunidade. Da palavra crise nasce a crítica. A crítica musical, por exemplo, se bem fundamentada, pode causar uma crise no artista, que, por sua vez, se souber aproveitá-la, poderá provocar uma ruptura em seus parâmetros de criação e buscar um caminho novo. O mesmo ocorre com uma crítica pessoal, ou uma auto-crítica, quando nos olhamos de fora sem vaidade ou autocomiseração e percebemos aquilo que devemos mudar para crescer. Isso muitas vezes dói, mas o resultado é maravilhoso. Há que se tirar proveito da dor. Há uma frase sábia, não sei quem é o autor, que diz: " A dor é inevitável, o sofrimento  opcional" . E outra que diz: "Crescer dói". 

Pois o que acontece é que a sociedade, como a conhecemos, da forma como está organizada, vive uma imensa crise composta de diversas crises menores e simultâneas, como nunca houve na história conhecida, e que trazem à tona uma necessidade urgente de questionamento e mudança de paradigmas. Lembrando ainda Jung, há um livro dele chamado Sincronicidade, que inspirou o disco Synchronicity do The Police. Não precisaria citar aqui a banda de Sting, não foi através dela que me interessei pelo tema, apenas fiz a relação para que esse papo também tenha um viés pop e para que os leitores desavisados  possam dispor de mais essa informação. 

Em seu livro,  Jung  fala das coincidências significativas, coisas que nos acometem simultaneamente sem ter necessariamente uma causa única visível, mas que estão ligadas temporalmente e que acabam agindo de uma forma determinante. Por exemplo, às vezes pensamos em uma pessoa, depois alguém nos liga e fala dessa pessoa, depois, por acaso você se depara com uma carta (isso não existe mais) ou um objeto relacionado a essa pessoa, e quando você menos espera essa pessoa aparece na sua frente. Jung chamava essas acontecimentos de coincidências significativas ou sincronicidade e dizia que faziam parte de um feixe de eventos que estavam relacionados não por fatores causais, mas por apresentarem um significado igual ou semelhante.

Ainda não li nada que aborde a psicolgia Junguina sob a ótica da física quântica, mas imagino que deva haver alguma literatura a esse respeito. O que penso e digo agora de forma rudimentar é que a sincronicidade talvez possa ser explicada como um efeito do poder de atração, uma consequência da repetição constante de pensamentos e desejos que acabam se materializando.

Para explicar melhor,  tomo como auxílio um trecho de um artigo do físico, pensador e conferencista Fred Allan Wolf: 

"Não estou falando do ponto de vista de uma ilusão ou de uma loucura imaginária. Estou falando a partir de uma compreensão mais profunda, básica. A física quântica realmente começa a apontar para essa descoberta. Ela diz que você não pode ter um Universo sem se importar em entrar nele, e que a mente está de fato dando forma a cada coisa que está sendo percebida."

Ou seja, muito diferente da física clássica, Newtoniana, do "mundo grande" como disse Letícia, onde os fenômenos não dependem de um observador para ocorrer (como uma maçã que tomba atraída pela força da gravidade) no mundo microfísico, segundo a física quântica, os fenômenos dependem sim de um observador. E, como as coisas grandes são compostas dos elementos microfísicos,  se nosso pensamento pode interferir no comportamento dos átomos, por consequência interferirá também no mundo das coisas "grandes" . 

Por isso, imagino que uma sequência de eventos que apresentem uma correspondência entre si a ponto de caracterizarem o que Jung chamou de Sincronicidade,  podem ter origem na persistência de um pensamento  ou, para ser mais justo,  na "egrégora" criada a partir de uma conjunção de pensamentos e desejos de uma ou mais pessoas.

Até mesmo a maçã de Newton, pode ter sido fruto de um pensamento reincidente do tipo "vou dormir aqui embaixo dessa árvore, mas corro o risco de que uma maçã caia sobre minha cabeça".  O que , segundo a lenda, de fato ocorreu, inspirando o cientista a criar a sua Lei da Gravitação Universal. Lógico que essa história do pensamento reincidente no espisódio Newtoniano é uma elocubração minha. E, se tivesse ocorrido, Newton provavelmente não levaria a sério o fato da força do seu pensamento ter agido a ponto de colaborar com a gravidade.  Isso tem mais a ver com o pensamento quântico, o que era completamente impensável nos séculos XVII e XVIII e seria visto como crendice opondo-se diametralmente ao espírito científico que se descortinava.

A meu ver, a crise porque passa a humanidade oferece uma grande oportunidade individual e coletiva de reorganização. E, penso eu, essa reorganização deve começar com uma reorganização de si próprio, pois você não consegue transformar o mundo se não conseguir primeiro  transformar a si mesmo. Portanto, devemos ter a atenção voltada aos nossos atos, lutar contra nossos vícios, compulsões e ações mecânicas. E por consequência procurar ver mais beleza nas coisas, ser mais solidário e atento ao que ocorre à nossa volta.

Voltando ao tema das perguntas essenciais, parece que Newton se perguntou: "Por que uma maçã cai da macieira para o chão, ao invés de flutuar?"  As consquências dessa pergunta já conhecemos.

Por sua vez, o físico Niels Bohr perguntou: "Como é possível um elétron ir de A para B sem jamais passar entre esses dois pontos?" 

Na busca de sua resposta contribuiu decisivamente para a compreensão da estrutura atômica e da física quântica.

Muitas perguntas me ocorrem agora. Algumas de âmbito pessoal como:
O que me faz bem e o que me faz mal? 
Que tipo de pensamentos e emoções tenho involuntariamente?
Quais desses pensamentos e emoções são negativos e devo eliminar e quais são os pensamentos relevantes e positivos que devem permanecer.


Claro que essas perguntas são subjetivas e podem ter respostas diferentes a cada dia. Mas à medida em que combatemos nossos maus hábitos, temos saltos qualitativos e mais perto de respostas confiáveis chegaremos. E isso será fundamental para operarmos nossas mudanças.

E também me ocorrem perguntas relativas à coletividade:

Como evitar ou diminuir o uso de materiais plásticos?
Como posso contribuir para que a coleta de lixo seletivo na minha rua seja eficaz? 
Como posso colaborar para um sistema que beneficie a reciclagem? 

Na busca das respostas,  vou conhecendo pessoas com as mesmas preocupações, algumas delas já atuando, descobrindo soluções e aplicando na sua vida. E também vou encontrando alternativas para o consumo, priorizando materiais recicláveis, comprando produtos orgânicos, etc.

Essas são coisas que qualquer pessoa pode fazer, independente do seu grau de instrução e do tempo que dispõe, pois que, quanto mais ativos estamos, mais tempo encontramos para nossas realizacões.






Olhando fixamente para a foto acima, temos a impressão de que as nuvens se movem. Isso não tem nada a ver com que foi falado no post. É apenas ilusão de ótica criada pelo semi círculo. Ou então, se formos crédulos,  a foto conseguiu captar bem o momento em que foi feita, pois as nuvens, de fato, se moviam.

Boa quarta feira pra todo mundo.
Volto em breve.

Foto do alto com meu sobrinho Arthur  brincando no lap.

sábado, 15 de agosto de 2009

ENTROPIA, ARISTÓTELES E AS ANDORINHAS




Sábado, 15 de agosto

11:11  Ainda há tempo de tudo. De ser solidário, de observar-se a si próprio e controlar seus impulsos, pensamentos e emoções negativas. De sintonizar-se com as melhores vibes do Uiniverso. Ainda há tempo de reciclar, de não abusar do uso da água, de selecionar o lixo, de economizar papel, de evitar o plástico, de pensar soluções criativas para o seu dia a dia, para o uso dos materiais evitando resíduos que poluam. Ainda há tempo pra sentir-se em paz, pra combater o egoísmo e o medo, pra deixar que as melhores energias cheguem e permaneçam. Ainda há tempo pra elevar o espírito, pra cultivar o sorriso e  alimentar o amor

Hoje está fazendo um dia lindíssimo no Rio.  Vou sair pra pedalar, dar um timbum noArpoador e depois visitar alguns amigos. Há dois dias que acordo e pego o violão. Ontem saiu uma música instantânea pelas 7 e meia, não precisei nem escrever a letra, saiu pronta e já ficou decorada. 

Meu amigo Jonas Bloch, que é um excelente ator e uma grande pessoa,  certa vez me disse que logo que acordamos é o melhor momento de se fazer um trabalho criativo, pois ainda estamos em Alfa e conectados com nossas verdades mais profundas.

Esse Blog está numa excitação que parece uma estrela supernova em alto grau de entropia. Tudo pela história do sarau. Há dois dias atrás, encontrei uma das vencedoras, Hannaly, no show da Maria Gadu no Posto 8.  Bom, o que eu posso dizer por enquanto é que Hannaly eKiana jea estão na lista do próximo, quando houver.  Não posso garantir o Top 5, porque na verdade o sarau tem ficado bombado demais e muitas vezes não convido amigos queridos, que depois também me cobram.  Geralmente faço uma lista de 50 nomes, portanto, 5 já correspondem a 10% do número ideal de pessoas pro sarau funcionar direito. Mas vamos ver. Se não rolar nesse, podemos fazer um de 3 e outro de 2. Dessa forma a Juliana também estaria no próximo. e Belle Veluma no seguinte. Agora precisamos ver como será, porque a Kiana e a Juliana tem que vir de outras cidades. E Kiana, principalmente vem de longe, vai ter que ficar num hotel, etc. Por isso, meninas, reflitam bem e se programem. Vou tentar avisar a data com o máximo de antecedência possível, entretanto, imprevistos acontecem na vida de um músico, uma gravação um show de última hora, etc 

Veluma, esse disco pode ser encontrado na Modern Sound (Barata Ribeiro quase esquina com Santa Clara) ou na Argumento da Dias Ferreira.

Sobre o DVD, por enquanto, nada a declarar.

Saindo pra pedalar.
Falamos mais tarde.

Bom dia pra todo mundo




Domingo, 16.08

7:13  Acordei hoje com o Astro Rei nascendo atrás dos montes.  Mais um dia lindo no Rio. Um dia inteiro pra continuar alinhado com as energias mais positivas. Para esquecer o supérfluo e o excesso das elocubrações mentais e focar na essência das coisas. 

Tenho observado as andorinhas. E me pergunto se elas não estão chegando cedo demais. Não pesquisei sobre o ciclo migratório dessas aves, mas nossa cultura popular sempre deu a entender que a andorinha, no Brasil,  era um arauto do verão. 

Há o célebre ditado  "Uma andorinha só não faz verão", que associa aquela ave à chegada da estação mais quente do ano. Na verdade, esse enunciado é uma adaptação brasileira de uma frase de Aristóteles.  No livro Ética a Nicômano, o filósofo grego escreve que "uma andorinha só não faz primavera", no sentido de que um indivíduo não deve ser julgado por um ato isolado.  

Quando Aristóteles, viveu, pensou e escreveu, a Terra ainda era percebida pelos homens como o centro do Universo. As perspectivas, portanto eram absolutamente outras. O próprio movimento da Terra era negado. Os partidários de Aristóteles alegavam que, caso a Terra se movesse, as nuvens, os pássaros no ar ou os objetos em queda livre seriam deixados para trás. Ainda estávamos muito distantes de Copérnico e a teoria heliocêntrica. Ainda mais longe de Galileu, de Newton e todo desenvolvimento da física mecânica. Hoje nos deparamos com a Teoria da Relatividade, com a Física Quântica e um alto avanço da Astronomia e da Astrofísica, embora o pensamento médio e a nossa percepção da realidade ainda permaneçam, a grosso modo,  mecanicistas.

Mas Aristóteles, que pensou sobre muitas coisas, também refletiu sobre a causa do desaparecimento e do regresso das andorinhas, entre o início o Outono e o início da Primavera e em Historia Animalium deixou as suas conclusões sobre o assunto. Disserta que apesar de muitas aves migrarem para (talvez) lugares mais quentes, outros, como as frágeis andorinhas, hibernam, escondendo-se com mestria e poupando-se assim aos trabalhos da migração. Viu Aristóteles, em pleno Inverno grego, andorinhas abrigadas em buracos num estado de adormecimento e despidas das suas penas. Esta teoria foi aceita e os pensadores foram ocupar-se de coisas outras que ainda não tinham sido pensadas.

O fato é que, na Europa as andorinhas até pouco tempo atrás chegavam na primavera  e no outono voltavam a migrar para a África em busca de calor e  alimento. Com as mudanças climáticas, o aquecimento global, etc., seus hábitos também mudaram,  pois soube que esses pássaros tem chegado mais cedo no continente europeu.  Não sei exatamente como era o seu ciclo na região tropical do Brasil, se só chegavam mesmo no verão ou se foi nossa cultura popular que sacramentou essa idéia. Alguém aí tem essa informação? 

Na minha infância, vivida no Rio Grande do Sul, lembro mesmo dessas aves no período de calor, assim como o canto do sabiá, que começa sempre por setembro e vai até março.

De qualquer forma as andorinhas que sobrevoam agora o céu carioca fizeram-me  lembrar dos versos  do samba Só Vendo Que Beleza cuja letra reproduzo abaixo.


           Só Vendo Que Beleza (Marambaia)
           Henricão e Rubens Campos
      
           Eu tenho uma casinha lá na Marambaia
           Fica na beira da praia, só vendo que beleza
           Tem uma trepadeira que na primavera
           Fica toda florescida de brinco de princesa
           Quando chega o verão eu me sento na varanda
           Pego um violão e começo a tocar
           E minha morena que esta sempre bem disposta
           Senta ao meu lado e começa a cantar

           Quando chega a tarde um bando de andorinhas
           Voa em revoada fazendo verão
           E lá na mata o sabiá gorjeia
           Uma linda melodia pra alegrar meu coração
           Às seis horas da tarde o sino da capela
           Bate as badaladas da ave-maria
           E a lua nasce por detrás da serra
           Anunciando qua acabou o dia!


Adoro esse samba, que conheci  pela interpretação de Elza Soares quando tinha uns 7 anos de idade. Lembro que morava em São Gabriel e na época fiz um trabalho no patio de casa, passando o ancinho pra recolher as folhas secas e organizando algumas plantas no jardim. Enquanto trabalhava, assoviava ou cantarolava mentalmente essa música. Com o dinheiro que recebi de meus pais como recompensa, comprei umas sementinhas de algumas flores, entre elas amor perfeito e brinco de princesa, que semeei nos canteiros atrás dos pés de cinamomo que davam pra frente da porta lateral da casa. De certa forma, foi a letra de "Marambaia" que influenciou-me na escolha das sementes, como testemunha o quarto verso da canção.
Coisas de um romântico incorrigível!!!!!

E aí pessoal, como estão as movimentações para o sarau. Kiana já está se organizando, já avisou no trabalho que não dará plantão em algum fim de semana? Juliana vai voltar ao Rio dentro de um mês? Veluma vai hospedar todo mundo? 

Vou pedalar. Bom domingo a todos.