VAMOS COMEÇAR UM NOVO POST?

Quinta, 30 de julho

15:18 Na sala de espera do Santos Dumont, aguardando vôo pra São Paulo. Na vai dar tempo de falar muita coisa, pois falta pouco tempo para o embarque. Chegando em Sampa procuro escrever alguma coisa, ou melhor, colar aqui coisas que escreverei durante o vôo. 

Hannaly, Gastão me trouxe no aeroporto e falou que tinha feito fotos com umas moças muito simpáticas. Deduzi que você deveria ser uma delas.  

Até mais tarde. Enquanto isso, se vocês quiserem, podem continuar comentando o post anterior. A polêmica está boa. Mas depois, vamos partir pra outra. Vida que segue.

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18:37 No vôo pra São Paulo. O Santos Dumont estava sem teto e fomos transferidos para o Galeão. Acabamos decolando as 18:20 depois de algum tumulto. Rodolfo Botino, que estava entre os passageiros capitaneou o movimento dos descontentes e a coisa andou. Pensei em fazer uma daquelas massagens que são oferecidas no saguão do aeroporto, mas fiquei com receio de relaxar demais e perder a chamada. Teria dado tempo.

Encontrei a atriz Juliana Silveira que recentemente protagonizou a novela Chamas de Vida na Rede Record e que tinha, entre os temas musicais, Sinais de Fogo, numa versão que produzi especialmente para o folhetim.

Estou do lado de dois caras que falam pra caramba e que a todo momento me fazem perguntas o que impediu-me de ler O Púcaro Búlgaro, excelente livro de Campos de Carvalho, que me foi presenteado por meu amigo Francisco Bosco, escritor, filósofo, letrista e ensaísta, filho de João Bosco.

Agora, enquanto escrevo também sou interrompido, mas acho que já perceberam que fazem parte do meu assunto e ficaram um pouco calados.

Um dos caras que está do meu lado é enxadrista, está indo para disputar uma partida em Sampa e explicou-me que uma das poucas regras a serem seguidas no xadrez  é que o jogo deve se dar pelo meio do tabuleiro e não pelas beiradas. Esse papo começou porque eu falei de um movimento de abertura que ele julgou equivocado e que consistia em movimentar o cavalo do rei para esquerda, posicionando-o na terceira casa da torre. Eu pratiquei xadrez na minha adolescência e, de vez em quando jogo com o computador enquanto estou esperando alguma resposta de internet, ou coisa do gênero.

Bom, mas esse é um assunto muito específico para ser desenvolvido aqui nesse blog e pode entediar a quem não se interesse por esse jogo.

O outro sujeito está indo para um velório em Petrolina e, como não havia vôos diretos, teve que voar para São Paulo, para pegar uma conexão para Salvador, de lá para Recife e finalmente Petrolina. Vamos aterrisar em Congonhas e ele ainda terá que ir até Guarulhos. Bota via sacra nisso!!!

Está quase na hora da sessão do filme e por isso torço que atrase. Não dará tempo de ir ao hotel e terei que ir ao Teatro do SESI na Paulista com minhas malas e muito boa vontade.

Depois conto como rolou.

19:08 O avião começou o movimento de descida.  Câmbio desligo.

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Sexta, 31 de julho

Madrugadão, chegando de volta no hotel depois de filme, jantar, conversas interessantes e café.

Conforme imaginei fui de mala e bagagem para o Sesi. A projeção para Tókio e San Diego foi um sucesso. O filme pesa 1Gb por segundo na transmissão. A janela era de 10 Gb, então havia velocidade de sobra na conexão e deu tudo certo. Aprendi muito sobre as novas tecnologias aplicadas ao cinema, nas conversas com Renato Falcão Dimitri Lucho e o pessoal da O2(Produtora de Cinema e Vídeo do Fernando Meireles – vide Cidade de Deus, Som e Fúria, Ensaio sobre a Cegueira, etc) . As 10 da manhã tem o debate on line com japoneses e americanos.

Por isso vou dormir terminar essa narrativa mais tarde.   Bom dia a todos.

9:46  A Paulicéia está gelada. Juliana não exagerou quando disse pra trazer agasalhos. Eu não levei muita fé, pois venho de frios maiores que peguei recentemente em Porto Alegre e em fevereiro na Europa. E ontem à noite estava de camiseta e um casaco de couro por cima. Depois da projeção do filme, fomos a um restaurante chamado Leôncio, na Vila Madalena e felizmente havia uma salamandras de carvão em brasa que aqueciam o ambiente. Hoje vou levar um blusãozinho.

Fazia tempos que não vinha a São Paulo no rigor do inverno, geralmente essa época estou no Rio ou no sul da França onde de 96 a 2006 organizei um festival de música brasileira.  É legal sair à noite aqui onde há uma outra forma de elegância provocada pelo clima e complementada pelo fato da cidade ter mais poder aquisitivo.

Veluma, adorei a história de sua avó. Mande um abraço pra ela.  São Sebastião foi composta em Viena em uma noite de -16ºC  há alguns anos atrás e é uma de minhas canções que mais gosto. A música já teve outras gravações além da minha, a primeira delas por uma dupla de artistas brasileiros que moravam na Áustria, Izabel Padovani e Marcelo Onófri. Depois foi gravada por Bárbara Mendes quando ela morava em Nova Iorque e, finalmente, pela Mart' Nalia com participação de Maria Bethânia recitando Vinícius de Moraes no álbum Menino do Rio.

Preciso sair, mas antes gostaria de dar as boas vindas aos novos leitores que estão chegando. É um prazer tê-los aqui. E é ótimo que haja interatividade e discussões desde que mantenhamos o nível elevado.

Rhenan, a canção O Amor é Tudo, como você mesmo falou foi feita para o Roberto Carlos e isso já  responde à sua questão. Depois que Roberto gravar, o que esperamos que aconteça esse ano, a canção fica disponível para outros intérpretes, inclusive a Ana. Não podemos servir ao rei um banquete requentado, você não acha? O que saiu nas colunas de música fica por conta dos colunistas.

Entre as canções densas do disco da Ana, há uma que adoro, Traição, feita em parceria com Chiara Civello, que é cantada em duo com Esperanza Spalding e ainda conta com o piano de Daniel Jobim. Há uma frase que diz:

"o céu caiu ... sem estrelas, sem Deus"

- Isso dói! Mas é muito bonito!

Há também Resta, já conhecida dos shows em que Chiara fez participação especial. A voz das duas combina muito bem nessa faixa.

Sobre meu disco novo, o que tenho a dizer é que está indo muito bem, há umas 12 músicas gravadas, quatro delas já finalizadas e mixadas e outras que ainda estão "no osso" com base de baixo, violão, bateria, algumas com acordeão, mas que ainda estão pedindo mais trabalho. Há músicas novas que compus em hotéis, trens e aviões durante a tourné do começo do ano na Europa e que estão pedindo pra entrar no disco. Quando terminar de gravar tudo deverei ter umas 16  faixas para escolher 10 ou 12 que entrarão no disco físico. As que não forem aproveitadas deixarei para down load pela internet.

Algumas já podem ser ouvidas no site oficial ou no myspace:

www.antoniovilleroy.com

www.myspace.com/antoniovilleroymusic  

Na semana que vem, deve rolar o up load da novíssima Heroína e Vilã, que foi feita na semana passada e que teve um processo rápido e já foi finalizada essa semana.

Então tá. 

Estou indo pro debate on line com japoneses e americanos que acontecerá daqui a pouco no Teatro do Sesi da Paulista (para nós brasileiros) em conexão com a Universidade de San Diego na Califórnia e com uma universidade de Tókio.

Bom dia e bom final de semana pra todo mundo. 

 (tô postando sem revisar, a pressa é grande!)

FILES, ENTREOLHARES, MARIA GADU, ESTUDIO,

Terça, 28 de julho

19:28  Estou no Estúdio Corredor 5, no Leblon, começando a mixagem de uma música nova, depois gravar o acordeão do Bebê e a voz definitiva com um ótimo microphone Telefunken e um pré-ampllificador Neve.

O engenheiro de som é o Gabriel Martau, que trabalha muito bem e tem a quem puxar. Ele é sobrinho do Carlos Martau, grande músico que começou carreira na mesma época que eu emPorto Alegre. Ele fazia parte de uma excelente banda instrumental chamada Cheiro de Vida.Depois passou a fabricar e arrumar instrumentos e a trabalhar também como engenheiro de som. Como músico, atuou, entre outros, com Djavan e Vitor Ramil, produziu inúmeros discos, como Próxima Parada de Marina Lima e meu segundo, Trânsito.  Como engenheiro já trabalhou com muita gente, como Cássia Eller, Pedro Luis, Monobloco, Djavan e Marina.

O Gabriel Martau segue pela mesma trilha só que atuando mais em estúdios e já vi por hoje e por outras ocasiões que ele é muito bom de som.

O estúdio é aqui no Leblon e tem uma vista linda pro mar, nas costas do Hotel Marina, que hoje vi acender como na música.

Hoje pela manhã dei uma boa pedalada. O dia tem outro sabor, quando começo fazendo exercícios físicos.  Na volta li a ótima crítica ao disco de Maria Gadu que saiu hoje com cotação de 5 estrelas no jornal O Globo.  A menina está vindo com tudo. Sábado ela me presenteou com o disco que está lindo, uma edição de luxo em digipeck com um livreto de várias páginas com papel de alta qualidade, fotos, letras e tudo que se tem direito.

Parabéns Gadu, parabéns Rodrigo Vidal que produziu, parabéns a todos músicos que gravaram e à Som Livre que soube ver, acreditou e investiu.

Amanhã tem audição do disco da Ana Carolina. 

Sobre o comentário de Alma Coração, já estou acostumado, sempre que sai um disco novo da Ana tem gente que bate e gente que adora e, na verdade muito mais gente que adora, cerca de 35 milhões de pessoas.  E não vamos julgar a sabedoria do povo brasileiro, pois é muita pretensão nos colocarmos acima disso.  Por outro lado, respeito quem não goste e critique, desde que faça isso também com respeito. 

Sou co-autor da canção sim e adoro a melodia. Acho que soa melhor em inglês, pela fonética que se adapta melhor àquele tipo de linha melódica. Agora, comparar Ana com Xuxa é algo inútil, sem maiores consequências, pois não senta como crítica, a Ana é uma grande cantora, uma das maiores do Brasil de todos os tempos, e a Xuxa uma apresentadora de programa infantil que fazia discos para complementar suas atividades junto às crianças.  Já to sabendo de muita gente que baixou a música e está amando.  Também já mostrei a meus amigos eruditos que tem inclinação pelo pop e eles adoraram. Às vezes nessas coisas bem simples estão escondidos alguns tesouros.

Quinta viajo pra São Paulo pra estréia do filme Enquanto a Noite Não Chega dentro doFile, que é um festival de tecnologia que acontecerá simultaneamente em Sampa, São Francisco e Tókio. Na sexta rolará um debate on line com os gringos e japoneses, uma parada high high high tech.

20:10 Vou descer pra fazer um lanchinho, cuidando pra não parar no Polis Sucos, onde tem um X- tudo muito perigoso de bom que é. O João Donato também adora esse lugar, mas vai mais pelo açaí do que pelo sandwich. 

21:09  De volta ao estúdio retomamos a mixagem. A música está ficando com um som incrível. Ontem à noite gravei umas guitarras com o Junior Tostói  (que, entre outras atividades artísticas atua com Lenine) e hoje complementei com guitarras que eu mesmo toquei no meu estúdio. A c0mbinação dessas guitarras com acordeão está dando uma atmosfera muito especial à música, algo contemporâneo, que ora remete ao novo tango argentino, ora a uma trilha de um filme do Tarantino.  Enquanto acompanho com os ouvidos o trabalho do Gabriel, dando minhas instruções de vez em quando, sigo com os olhos e os dedos voltados ao blog.

Juliana, obrigado pela defesa, mas também não acho que se deva debochar. Todo mundo aqui merece respeito. Pode ser que  Alma (é esse seu nome ou um nick?)  tenha pegado pesado e não concordo com ela, acho despropositada a comparação com a Xuxa e acredito que seja apenas uma força de expressão que talvez traduza o desespero de um fã desapontado. Por outro lado, já vi essas reações de desapontamento surgirem e desaparecerem com o tempo.

Como disse Luan, Entreolhares é uma canção alto astral. Quando fomos fazer a letra, falei pra Ana que não queria nada negativo, deprê na canção, porque a música era muito amorosa e positiva e gostaria que mantivéssemos essa vibe na letra. Acho que isso aconteceu e ficou mesmo divertida.

Lembro do que aconteceu com Rosas, essa sim uma canção 100% minha e da qual não gosto 100% e que foi muito criticada nos blogs e comunidades logo que saiu. Depois, nos shows, era aquela loucura, às vezes 30 mil pessoas cantando junto. Logo mais a música foi indicada ao Grammy, o que já é uma evidência do seu mérito.

Entreolhares com Ana Carolina e John Legend (novo astro pop americano ganhador de diversos Grammys)  certamente será um grande sucesso, não só no Brasil, mas também no exterior e logo, penso eu, até Alma Coração estará cantando.

Quinta, 23 de julho

10:30  Outro belo dia no Rio. Algumas nuvens vem e vão, com uma leve brisa que ameniza os 25 graus dos termômetros. Passei 12 dias de frio em Porto Alegre.  Chegando ao Rio não tive tempo pra quase nada que não fosse trabalho.

Ontem tentei sair, mas fiquei editando até anoitecer. As pernas estão pedindo, hoje vou no pedal e o mar não me escapa!

Depois volto pra comentar com vocês.

Bom dia a todos.

16:48 Deu pra rolar uma pedalada, o vento estava a favor na ida, mas não cheguei a entrar no mar. De volta em casa recebi o link do programa Som Brasil com Maria Gadu cantando trøes músicas do Paralamas: Loirinha Bombril, Caleidoscópio e Lanterna dos Afogados. Muito bom!!!!

http://tvglobo.sombrasil.globo.com/som-brasil/2009/07/17/maria-gadu-interpreta-“loirinha-bombril”/

Hoje assisti no Terra ao trailer do novo filme de Tim Burton, Alice no País das Maravilhas com Hanne Hathaway no papel de Alice, Helena Bonham Carter como a Rainha de Copas e o espetacular Johnny Depp como Chapeleiro Louco.  Isso é bom demais!!! Já assisti a todos filmes de Depp e também a todos de Tim Burton,  ambos fazem parte de minhas predileções cinematográficas atuais.

Estou com visitas na minha casa e preciso dar atenção até mais tarde.

Sexta, 24 de julho

Voltamos aos dias cinza do Rio. É bom pra introspeçção, pra escrever, ler, compor ou assistir a um bom filme.  Lembro que quando fomos morar em Porto Alegre, quando eu tinha 8 para 9 anos, em dias de chuva fazíamos em casa uma rádio, ou melhor brincávamos de rádio, com uma programação que incluia música, radionovela, meteorologia e informações. A cortina do programa era uma música da época da Segunda Guerra, a Moonlight Serenade comGlenn Miller e Orquestra.  Os dias nublados sempre me foram e ainda são inspiradores.

Sábado, 25 de julho

Sábado passado, comemorando meu aniversário, recebi alguns amigos aqui em casa e rolou uma boa roda de música, com Ana Carolina, Maria Gadu, Mombaça, João Suplicy, Dudu falcão, Elisa Lucinda, Bebê (acordeão), Gastão (baixo),  Gabriel Grossi(harmônica), Daniel Santiago (violão), e os craques da percussão, Marcelo Costa, Marco Lobo e meu irmão Carlos Eduardo, o Rebú, que é advogado de profissão, mas que tem muita musicalidade.

Esses saraus acontecem na minha casa desde que eu era criança. No começo era meu pai que organizava e tenho uma lembrança incrível de uma vez quando tinha uns 4 anos de idade da casa cheia de instrumentos, bateria, órgão, violões, guitarra, etc.

Quando eu e meus irmãos começamos a tocar violão fazíamos essas reuniões juntando os amigos de meus nossos pais com nossos amigos músicos. Mais tarde começamos a fazer churrasco com música na casa do meu irmão e quando vim morar no Rio, comecei a fazer na minha casa, com uma certa frequência. Às vezes também rolava, e ainda rola,  na casa da Ana. Eu sempre gostei de deixar a casa aberta, assim como acontecia nos anos 60 na casa doVinicius de Moraes. Aliás, esse é um cara que lamento não ter conhecido, tenho certeza de que nos daríamos muito bem. Nessa história de casa aberta, conheci ou reencontrei muita gente que apareceu inesperadamente, como Bebel Gilberto, Chiara e até mesmo o Caetano que, certa vez,  vez chegou de surpresa com uma amiga comum.

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DE VOLTA AO RIO, DISCO NOVO, ETC

Terça, 21 de julho

9:30 Alô gente. De volta ao Rio e já na correria. Muito obrigado pela atenção de vocês, pelos votos carinhosos de aniversário. To saindo meio apressado para o estúdio, retomando as gravações do disco novo. Até mais tarde. Vou ver se dou um report do estúdio.

19:01 Não deu tempo de vir aqui antes. Ficamos no estúdio direto, com o Rodrigo Vidal como engenheiro de som. GRavamos primeiro baixo e bateria com Gastão Villeroy e Cezinha, depois acordeão com Bebê, guitarra com Fernando Caneca, vocais com a Kakau Gomes e percussão com Marquinho Lobo.

Juliana, esses efeitos das fotos, são obtidos com o Photo Booth que é um programa do MacBook, IMac e outros modelos da Apple. Aliás , vocês podem perceber que estou viciado nesse efeito.

Quarta, 22 de julho

9:27  Dia lindo no Rio. Vou aproveitar essa manhã pra dar uma pedalada na orla. Ontem a Preta Gil me cobrou uma música nova que prometi a ela. No ano passado Ana Carolina e eu fizemos a canção Stereo que já é um sucesso total nos shows da Preta. Outro dia a encontrei na Pizzaria Guanabara, no Leblon (... foi atrás de mim na Guanabara ...) e, quando cheguei em casa, comecei a nova música e falei pra ela aqui pela internet. Só que embarquei na trilha do filme e tudo ficou de lado. Agora vou retomar essa idéia assim como algumas músicas para o meu disco que ficaram inacabadas.

Isso é engraçado, há canções que começo e finalizo instantaneamente e outras que exigem trabalho durante um bom tempo, às vezes meses, às vezes anos e nem sempre são concluídas.  É a eterna luta entre forma e conteúdo, você sabe o que quer dizer, mas na hora de encontrar a forma algo escapa.  A métrica, o ritmo, o colorido das palavras tudo deve caminhar na mesma direção e isso nem sempre é fácil. Há palavras rebeldes, fujonas que não dão as caras quando delas precisamos e outras  impositivas,  fominhas, que querem se colocar onde não são chamadas e que às vezes nos fazem confundir e até mesmo a trair o objetivo inicial da canção.

Às vezes estou caminhando na rua, pensando em outra coisa e a solução aparece. 

O Chico Buarque  falou que, certa vez, seu disco já estava indo pra fábrica, quando lhe surgiu uma tão buscada palavra e que então ele mandou parar tudo e voltou ao estudio apenas pra fazer aquela correção. 

Hoje à tarde vou trabalhar na música de ontem, fazendo edições e escolhendo guitarras e vocais aqui no computador de casa.

Bom dia pra todo mundo!

GRAND FINALLE

Quinta Feira, 16 de julho

07:30 . Saindo para o estúdio, para o último dia mixando a trilha. Hoje acordei às seis e criei um loop para uma música que tinha gravado com violoncello, violino e percussão. Vou testar nos créditos. Falamos mais tarde. Vou pegar um taxi comendo uma maçã. 

11:26  Finalmente finalizamos o 3º rolo do filme.  Pausinha para o café. Cheguei no estúdio um pouco antes das oito, com dia chuvoso e  termômetros marcando 12ºC.  Ontem labutamos só até as 21 h, porque o estúdio já estava marcado para outro trabalho. O 3º rolo  foi o mais trabalhoso pois tem poucos diálogos e 80% do tempo é de música.  Com a perspectiva de um dia cheio,  acordei às 6:00 pra adiantar uma música do 4º e último rolo, que pretendemos entregar até o final da tarde. Um dos produtores do filme já está aqui desde 9:45. Foi bom, porque ele viu a forma como estamos trabalhando e o quanto estamos sendo criteriosos.

Giselle e Luan, vocês foram rápidos. Antes de eu começar essa segunda parte do texto vocês já tinham comentado. Sobre a história de não valorizar a prata da casa, isso acontece em todos lugares.  Tenho amigos que penam aqui em Porto Alegre, pois o público não dá a devida importância. Nesse disco do Rubens Lisboa, há vários artistas que estão participando, como Tetê Espíndola, Rita Ribeiro, Zé Renato, e Leila Pinheiro, entre outros. Ainda deSergipe conheço um outro muito bom compositor, o Lula Ribeiro, que mora no Rio e com quem já dividi o palco em Salvador há uns anos atrás.

Bem, vamos ao 4º rolo.

16:02 Pausinha pro café. Esse cara aí na foto de cima é o Tiago Becker, engenheiro de som que está mixando a trilha comigo. Ele trabalhou em alguns dos melhores estúdios de Los Angeles. Logo abaixo segue um  link das sessões de gravação da trilha sonora do filme  Ghosts of Mars do diretor John Carpenter, que também fez a trilha sonora. Nas gravações atuam alguns grandes nomes do rock americano, entre eles a Banda Anthrax e os guitarristas Buchethead, dos Gun's and Roses, e Steve Vai.

http://www.youtube.com/watch?v=5KVr8pDwqB0&feature=related

21:19 Finalizamos o 4º rolo. O trabalho foi entregue e muito elogiado. Amanhã vamos dar uma geral no filme com todo mundo da equipe que está por aqui. Falta só o Dimitre Lucho que está na O2 em São Paulo e o Renato Falcão que está m NY já em outro trabalho com a Fox.

Vou curtir um pouco esse momento de relax em família.

Domingo estou de aniversário

Segunda,  retomo o meu disco.

Abraços a todos. 

PS fiquei fazendo essa fotos e , às vezes quando estou parado me sinto dentro de uma revista em quadrinhos. Não, não estou enlouquecendo, deve ser o cansaço.